A história contada é originalmente baseada no livro 8½, quase autobiográfico, de Federico Fellini, que depois de ter sua montagem original para a Broadway e sua revival - de mais sucesso - com Antonio Banderas, ganhou uma senhora adaptação cinematográfica.
O enredo todo gira em torno de Guido Contini, roteirista italiano que passa por uma crise existencial no decorrer da película de 118 min, que se justifica pelo relacionamento paralelo dele com 7 mulheres de personalidades extremamente diferentes e nacionalidades igualmente diferentes, marcadas por estereótipos franceses, italianos, ingleses e espanhóis.
O elenco já valia o valor do ingresso. A única atriz que nunca ganhou ou foi indicada ao Oscar era Fergie - cantora do Black Eyed Peas - que ainda assim ganhou diversos premios musicais.
E ela é, por sinal, umas das primeiras mulheres da vida de Guido apresentada na trama. Fergie faz Saraghina, personagem que introduz o jovem Guido na vida sexual. Ao contrário da primeira produção musical de Nine, onde Saraghina é uma mulher gorda e máscula, Fergie dá vida à uma Saraguina sensual e bastante artística, que ensina Guido a agradar uma mulher. Infelizmente - não que isso não seja compensado pelas outras estrelas - essa cena em preto e branco é a única em que a cantora aparece.
Marion Cotillard também tem uma atuação maravilhosa como Luisa, a esposa de Guido, uma mulher contida e discreta, que sofre com o desprezo do marido - já que os processos de montagem de seus filmes consomem muito de sua vida particular. As cenas musicais com Marion, ganhadora do Oscar por Piaf, são espetaculares. De maneira impecável, ela passa por "My Husband Makes Movies", música triste, na qual expressa seu desgosto pelo trabalho de Guido, e chega até "Take It All", canção intensa e dramática na qual Luisa se liberta do comportamente esperado que a mulher do "Sr. Contini" tivesse e se despi em um bar cheio - isso, é claro, em sua cabeça.
Nicole Kidman, diferente de Marion e Fergie, tem menos chances ainda de brilhar no filme. A única música que canta - ainda Fergie o tenha feita apenas uma vez, também - é simples e sem muito encaixe na história. "Unusual Way", apesar de ser muito tocante e bem produzida, marca pouco quando se vê o filme. A única particpação significativa da mulher "Claudia" interpretada pela atriz, é pôr Guido em seu lugar de "aquele que não sabe amar", de um modo que Kidman ainda fica sem o impacto e a força que a cena original tinha - seja no livro ou na Broadway.
"Cinema Italiano", um número que Kate Hudson executa, tem um toque retro com elementos do pop dos anos 60, que ilustra a importância do cinema italiano era naquela época. A atriz faz o papel de Stephanie, jornalista de seduz Guido e se torna uma de suas amantes/fãs.
Ainda compondo o elenco de divas, Judi Dench e Sophia Loren aparecem pouco, mas marcam. Judi faz Lilliane, figurista francesa e conselheira de Guido, enquanto Sophia faz o papel da Mamma, que dialoga com Contini mesmo depois de morta.
O Guido original - interpretado por Mastroianni - tinha devaneios mais interessantes e complexos, porém. Já a produção fílmica foca mesmo na música, no ritmo, na montagem dos clipes e dos figurinos - sem perder a história, é claro. Vale a pena repetir que o elenco vale o ingresso, isso sem falar das músicas muito intensas, marcantes e bem arquitetadas.
Se Chicago teve uma montagem "interessante" como musical, não pense que Nine fica, de maneira alguma, para trás. Em Chicago, o diretor decidiu que as músicas aconteceriam na imaginação da protagonista, Roxie Hart, quase como delírios, desejos de uma menina que queria ser uma estrela e assim, imagina que tudo à sua volta é um grande espetáculo. Em Nine, as coisas acontece de forma semelhante, já que as músicas se passam nas lembranças ou nos desejos dos atores.
Além do momentos de crise de Guido, que se vê perdido em seus distintos amores por aquelas mulheres, o filme insiste no papel dessas mesmas mulheres na sociedade na qual se inserem. Guido confessa que a sociedade diz ser governada por homens, mas que esses homens, por sua vez, são governado por mulheres fortes e discretas.
Além do momentos de crise de Guido, que se vê perdido em seus distintos amores por aquelas mulheres, o filme insiste no papel dessas mesmas mulheres na sociedade na qual se inserem. Guido confessa que a sociedade diz ser governada por homens, mas que esses homens, por sua vez, são governado por mulheres fortes e discretas.
Nessa temporada, seja ITALIANO. |
"Be Italian" música que mais marcou qualquer umas das produções de NINE, cantada por Fergie.
Lee
Bia Pellegrini <- é italiano. Ou seja, não posso terminar com ele. HAUAHAU brinks.
ResponderExcluirMuito bom, como consegue escrever tão bem? :~
Beijo LEENDA heuaheua
Agora eu também quero ser italiana!
ResponderExcluirMamãe me educou bem.
:D
Brigadão, BIA!